Beleza
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta. Suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo.
O conceito é humano, mas suas expressões são próprias da natureza, pois em parte está assentado sobre diretrizes biológicas que são ativas em inúmeras espécies superiores de seres vivos, como por exemplo, as aves e os mamíferos. Através deste aspecto, a beleza pode ser compreendida como elemento importante no processo evolutivo das espécies em questão. Até então, a beleza pode ser mensurável, já que está subordinada a padrões específicos. Mas no universo humano, ela não se resume a isso.
Índice[esconder] |
[editar] Beleza universal e científica
Os gregos descobriram o número de ouro, uma relação de proporções que obedece a uma escala constante. Seu padrão é uma relação de um lado com dimensão "1" e o outro com dimensão "1.618"(...) ou "0.618"(...). Apesar de ser um número importante na natureza, também não é o único, havendo as escalas decimais, a relação de 0,7, entre outras. De certa forma, apesar da predominância de alguns números constantes, pode-se constatar que para diversas espécies há uma proporção específica que poderá gerar a "beleza" orgânica (formas, sons, cores...).
Na cultura grega e romana, e consequentemente na ocidental pós-helênica, houve a constante aplicação destes padrões numéricos, em especial no Renascimento, uma era "racionalista", e ainda hoje é fartamente aplicada na indústria do design de produtos, nas artes plásticas, arquitetura, automobilismo, etc.
Por outro lado, estas relações de proporção podem ser encontradas nos corpos de diversos animais e em eventos que não participaram de um processo seletivo visual. Dessa forma, não se pode inferir que a beleza seja um aspecto relativo aos mamíferos e às aves, já que a proporção de flores, répteis, insetos, peixes e toda a fauna e flora seguem padrões analisáveis e em geral, associados ao número de ouro. Então, provavelmente a beleza é uma função constante no universo, manifesta em qualquer momento onde haja menores níveis de entropia, ou ainda, uma tendência da organização do universo em direção a elementos proporcionais, relacionando-se desta forma, à harmonia como elemento de composição do real.
[editar] Beleza singular
A beleza grega e romana, a beleza matemática e científica são derivadas de um universalismo asséptico e puro, não contaminado com a eventualidade (ruído), de certa forma. E portanto, deve no mínimo, agradar a todos, mesmo que não possa ser considerada tocante. É o que Giulio Carlo Argan segregou e categorizou como Clássico (na acepçao arganiana). Em contrapartida, ele criou a definição Anticlássico, para designar tudo aquilo que seria belo em determinado momento, para uma minoria específica. Os quadros abstratos de Kandinsky ou Miró por exemplo, não guardam nenhuma relação matemática e portanto, não podem ser "medidos" pelos critérios iniciais. Mas agradam a muitos, e inclusive, podem ser considerados por outros tantos, mais tocantes e essenciais que qualquer produção clássica. A arte contemporânea apresenta forte presença do anticlassicismo, relacionando-se mais à interpretaçao dos signos e ao roteiro da obra, e seus aspectos situacionistas que ao aspecto harmônico-material (visual) do produto.
[editar] Beleza platônica e religiosa
Para a filosofia, a beleza advém da pureza do raciocínio, da surpresa e da consistência dos axiomas. Raramente está relacionada à aparência superficial (salvo no caso das correntes como o hedonismo, por exemplo). Já para os religiosos, a verdadeira beleza está na integralidade da propriedade da conduta do indivíduo para com um plano sagrado, em detrimento do mundo físico. Quanto mais completa é a imersão e desprendimento do mundo vulgar, maior beleza há naquele que a faz viver.
[editar] Beleza simbólica
O ser humano é um organismo complexo e misto. De forma incisiva, a presença do fator simbólico na constituição das sociedades, dominando os insintos e portanto o plano biológico, gerou um nicho (ecológico) simbólico-social onde há constante movimento, evolução, reciclagem, revisão e ondas de valores sociais que alteram profundamente os pontos principais que determinam os fundamentos da beleza humana. Além disso, as diversas fontes de sua acepção fazem com que ela seja o resultado de uma sobredeterminação, excluindo assim a possibilidade de qualquer tentativa de isolamento de sua realidade absolutamente singular e múltipla.
Enquanto para os animais a beleza está relacionada a impulsos nervosos primários, para os seres humanos esta abordagem seria absurda. Há transformação e desdobramentos dos critérios a respeito do belo em toda a história da humanidade, trazendo muitas vezes elementos cômicos (as gordinhas da renascença e a Vênus de Willendorf por exemplo... ou as anoréxicas contemporâneas, nem tão cômicas assim...) que comprovam a subordinação de todos os conceitos de beleza às sociedades que os geram, variando temporalmente, racialmente, socialmente (também economicamente...) e geograficamente. E muitos outros entes que a determinam assim, volátil e instável para o critério humano.
[editar] Beleza humana
Quando nos referimos a beleza humana, entram em jogo inúmeros fatores que normalmente não se aplicam a objetos ou eventos. A beleza é um conceito social, e frequentemente é resultado da intersecção de diversos fatores biológicos, sociais, climáticos, ambientais e históricos. Nos anos 90 houve uma massificação do corpo esbelto, induzindo muitas mulheres à anorexia. Atualmente, tenta-se desmontar o conceito através de normas que variam entre as nações. No Brasil já existe uma lei em vigor que regulamenta o peso mínimo das modelos com relação a padrões corporais.
Outro critério importante para a beleza humana é a simetria. Pesquisas recentes demonstram que rostos simétricos tendem a ser considerados mais belos que os assimétricos.
Além disso, mescla-se ao conceito de beleza corporal humana a sexualidade, quando a referência é o corpo físico (e não a beleza interior). Nesse caso, a presença de caracteres sexuais secundários mais marcantes elevam o nível de beleza da pessoa que os possui.
[editar] Ligações externas
- Espelho, espelho meu - Colunista discute alguns critérios usados em estudos científicos para avaliar a beleza
- A fundamental beleza da natureza - Colunista discute o papel essencial da simetria na formulação das leis da física
[editar] Bibliografia
- ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras. 1992.
- ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual, SP: Pioneira, 1986
- DOCZI, György. O Poder dos Limites, SP: Mercuryo, 1990
- KANDINSKY, Wassily - Punkt und Linie zu Flache, (1926), (trad. port., José Eduardo Rodil, Ponto, Linha, Plano, Lisboa: Edições 70, 1987);
- ARISTÓTELES. Poética, Coleção Os Pensadores SP: Abril Cultural, 1973
- PLATÃO. A República. In Os Pensadores, SP: Abril Cultural, 1999
Ferramentas pessoais
Ferramentas
Outras línguas
- Alemannisch
- العربية
- Azərbaycan
- Български
- Català
- ᏣᎳᎩ
- Česky
- Dansk
- Deutsch
- English
- Esperanto
- Español
- Eesti
- Euskara
- فارسی
- Suomi
- Français
- עברית
- Ido
- Íslenska
- Italiano
- 日本語
- ಕನ್ನಡ
- 한국어
- Latina
- Lietuvių
- Македонски
- Nederlands
- Norsk (bokmål)
- Polski
- Română
- Русский
- Саха тыла
- Simple English
- Slovenčina
- Српски / Srpski
- Svenska
- தமிழ்
- తెలుగు
- ไทย
- Türkçe
- Українська
- Tiếng Việt
- ייִדיש
- 中文
- 粵語
- Esta página foi modificada pela última vez às 13h24min de 11 de março de 2009.
- O texto desta página está sob a GNU Free Documentation License.
0 comentário "definições"
Postar um comentário
Mensagem do formulário de comentário: